terça-feira, 24 de maio de 2011

Um cheiro de saudade

A saudade tem  um cheiro, sabor  de favo de mel. No fim de tarde, vem aquela sensação de que a infância é logo ali,   no sentir, no cheirar. Cheiro de mãe fazendo café, pão de ló ou tapioca...O pai da roça beirando o fogão e filhos sendo apenas...filhos. Não sei se é este abraço do vento típico de maio que traz a tona um mergulho no passado... Quem sabe foi o sabor de passado amassado no pão de forma. Sei lá. Às vezes uma música corta feita navalha as lembranças adormecidas, cortante, marcante. Um odor que veio do nada faz do tempo apenas uma névoa e as lembranças, doces ou feitas giló, amarga de novo no peito ferido pela dor.  Saudade tem cheiro de rosas, tem sabor de vida, tem cor e até forma. O peito faz vibrar e o corpo treme, quase  vivendo de novo, o que o tempo teimou em apagar. Doces lembranças do meu eu adormecido nos braços
do destino, feito nó em desatino que não não é tenaz. O passado bate à porta...

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